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sexta-feira, 14 de março de 2014

TDAH (TRANSTORNO DE DEFÍCIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE)

INTRODUÇÃO

Diante das novas exigências do mundo contemporâneo, o papel da educação tem passado por transformações para adequar cada vez mais às necessidades da sociedade como um todo de princípios e direitos iguais, sendo necessário mais que a inserção de alunos com necessidades especiais na sala de aula, mas o conhecimento dessas patologias pelos pais e educadores para tornarem-se seres participantes ativos dentro da sua problemática.
Entretanto, confronta-se essa idéia com as dificuldades encontradas pelos pais e educadores, uma vez que os mesmos não possuem uma formação para atender as crianças portadoras de necessidades especiais.
É comum observar crianças que tem problemas de desatenção, são impulsivas e não conseguem manter um autocontrole, que muitas vezes passam despercebidos, por pais e educadores, não sendo avaliados por acharem serem características naturais do ser humano, e as mesmas são apenas lamentadas pelos pais e não recebem um atendimento especial na escola e consequentemente  a não aceitação da sociedade perante tal conflito, sendo este o foco, sendo este o foco de nossa pesquisa: Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: Derrubado as barreiras para a promoção da inclusão.
A qualquer momento da escolaridade, qualquer aluno pode apresentar dificuldades de aprendizagem. É próprio do processo de aprender, portanto, expor o aluno a barreiras e níveis maiores ou menores de dificuldades. Os professores, em geral, sabem como desenhar estratégias de ultrapassagem dessas limitações. Há dificuldades, porém, que requerem meios e apoios mais especializados para que o aluno possa acessar regularmente o currículo.
Quando isso acontece, estamos diante de um aluno especial. Este dever do Estado, dos sistemas de ensino e da rede escolar decorre dos imperativos constitucionais de igualdade, liberdade e respeito à dignidade humana.
Diante disto, a partir de um estudo bibliográfico, este trabalho, propõe-se a informar de maneira clara, o que é o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade – TDAH. O estudo deste distúrbio não é recente e vem sendo realizado desde o começo do século XX, recebendo nomenclaturas diferentes até chegar a definição atual do DSM IV (Diagnostic and Statistical Manual, 4º edição).Manual preparado pela Associação Psiquiátrica Americana.
Desde modo, busca-se esclarecer e orientar como maior precisão aos que encontram-se envolvidos com tal problemática do TDAH: educadores, pais, familiares e outros.
Como diz Russell: Apesar do quanto o TDAH possa ser debilitante, não surpreende que muitos continuam céticos sobre a seriedade do transtorno. Existem muitas pessoas que apresentam falta de atenção no seu dia-a-dia e um baixo autocontrole, além de serem impulsivos diante de determinado acontecimento, e desta maneira, argumentam que é apenas uma questão de domínio e generalizam tais características, rotulando as crianças como mal educadas.
É verdade que em alguns casos pode ate ser, porem em outros não. Portanto faz-se necessário saber pelos pais e educadores o que é este transtorno, conhecer suas causas e reais características, bem como pode ser tratado, a partir de prováveis diagnósticos, pois assim poderá compreender melhor qual a verdadeira necessidade da sua atuação para com a criança portadora de TDAH.
Nossa intenção é de identificar e estabelecer relações da criança com o meio, para um melhor discernimento deste transtorno da pratica familiar e educacional.




O que é TDAH e quais as suas características

Desenvolvendo o tema TDAH, logo notamos alguma familiaridade com alguém com os mesmos sintomas descritos aqui. Sabemos que é comum encontrar alguém que “vive no mundo da lua” assim afirmam ao individuo que é desatento, distraído ou imperativo. Poucos atribuem essa doença por desconhecerem seu conceito, sua causa e sintomas. O TDAH é um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que consiste em problemas com os períodos de atenção, como o controle do impulso e com nível de atividade.
Os indivíduos que caracterizam esse transtorno parecem pessoas normais, não há nenhum sinal exterior que mostre algo errado no sistema nervoso central ou com seu cérebro. Pessoas que desconhecem o assunto quando se deparam com algum portador da TDAH preferem dizer que não tem jeito para tal.
Os sintomas que constituem a TDAH somam um total de 18 sintomas, e os portadores não apresentam todos os sintomas, mas são muitos semelhantes. Os problemas são parecidos seja na infância, adolescência ou na vida adulta. O TDAH é caracterizado por dois grupos de sintomas: desatenção; hiperatividade e impulsividade.
No caso da desatenção pode ocorrer uma dificuldade de concentração (tanto nas tarefas escolares quanto em jogos e brincadeiras), prestar pouca atenção a detalhes e comete erros por falta de atenção, parece estar prestando atenção em outras coisas em uma conversa, tem dificuldades em seguir instruções até o fim e deixam tarefas e deveres pela metade, possuem dificuldade de se organizar para fazer algo ou planejar com antecedência.  Relutância ou antipatia em relação a tarefas que exigem esforços mentais por muito tempo como: estudo e leitura. Perde objetos importantes para realizar tarefas ou atividades do dia-a-dia, distraem-se com muita facilidade com coisas à sua volta ou mesmo com os próprios pensamentos e, esquecer de coisas que deveriam fazer no dia-a-dia.
No caso de hiperatividade e impulsividade devem ocorrer frequentemente dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado, por exemplo: na sala de aula, mesa de jantar. Correr ou escalar coisas inapropriadas, parecer ser “elétrico” e “a mil por hora.” Falar demais ou responder as perguntas  antes delas serem concluídas. Não conseguir aguardar a sua vez em jogos, sala de aula, filas etc. interromper os outros ou se pronunciar em conversar alheias.
Os sintomas de desatenção são classificados como Módulo A, e os Sintomas de Hiperatividade e impulsividade como Módulo B. Existem três tipos de TDAH: Forma predominante desatenta, quando predominam mais os sintomas do Módulo A. esta é a forma mais comum na população em geral. Na Forma Predominantemente hiperativa/impulsiva, quando prevalecem mais os sintomas do módulo B, esta é a forma mais rara e a Forma combinada quando os sintomas do Módulo A e Módulo B se misturam. Consequentemente a forma combinada acaba trazendo mais problemas para o próprio portador e também para os pais, que acabam procurando ajuda para o filho, é a forma mais comum nos consultórios e ambulatórios.
O termo “predominantemente” indica que existem também sintomas de desatenção na forma hiperativa e sintomas de hiperatividade na forma desatenta, porém não são os mais importantes. Sempre existirá, algum grau de desatenção, hiperatividade e impulsividade em todo portador de TDAH.
Para diagnosticar o TDAH apenas um profissional especializado poderá dizer se os sintomas não são atribuídos em outros problemas como, ansiedade e depressão que são bem parecidos. Segundo (American Psychiatry Association, 1994; Rohde e Cols, 1999) o TDAH atinge de 3% a 6% das crianças em idade escolar, sendo a causa mais comum de encaminhamento a serviços especializados da infância e da adolescência.

Relação da família com crianças com TDAH

É de fácil compreensão as grandes problemáticas que envolvem as famílias de crianças com TDAH e se torna necessário ressaltar as muitas possibilidades de boa interação dessa criança com os pais e os irmãos. Tal relação familiar muitas vezes (na grande maioria das vezes!) tão frágil e conflituosa pode ser abastecida gradativamente de impulsos e atuações significativas e confortáveis que podem contribuir para uma relação afetuosa e significante.
     O contexto acima evidencia que fácil não é a vida, propriamente dita, da família de crianças portadoras de TDAH, os conflitos, os desafios e as divergências existentes numa família comum são mais acentuados nas famílias em questão.
      Para os pais de crianças com TDAH fica claro que há algo de errado no comportamento do filho, o pior é que muitas vezes alguns pais por falta de conhecimento sobre o transtorno consideram os sintomas como mera teimosia ou pura necessidade de chamar a atenção, algumas vezes por esse motivo demorem procurar ajuda especializada, seja na área pedagógica e/ou clínica. De fato o diagnóstico não e fácil e simples, requer entendimento de que a agitação e o excesso de energia características de crianças em fase de desenvolvimento - mas que não causa danos aos outros ou a si mesmo - se diferencia da super/hiperatividade, da impulsividade, da insensibilidade a elogios, agitação excessivas, o que caracteriza crianças portadoras de TDAH (levando em consideração a duração ou permanência desses sintomas, a partir de avaliações da rotina da criança e da família), realmente o diagnóstico preciso e real de TDAH depende do conhecimento sobre o assunto, como evidencia Russell A. Barkley: “O diagnóstico real de TDAH depende de nosso conhecimento sobre o assunto”.
      Barkley diz: “Crianças portadoras de TDAH não existem num vácuo. Elas ocupam lugares específicos nos diversos estratos ou sistemas sociais, sendo a família o mais imediato”, a partir do ponto de vista do autor podemos compreender o valor da família na vida de um portador de TDAH, mas racionalmente compreensível, a relação dessa criança com seus pais, irmãos e demais parentes é geralmente delicada e requer demasiada dedicação e esforço no que diz respeito às contribuições para a obtenção de uma vida mais calma para essa criança, José Raimundo Facion acentua:

 “Os familiares precisam ser orientados no sentido de compreender que a permissividade, a compaixão e a falta de limites não são úteis para a criança, a qual não se beneficia em nada por ser dispensada das exigências, expectativas e planejamentos da vida diária como os de qualquer outro individuo.”          
    
     O posicionamento de Facion retrata o quão importante é a atitude firme por parte dos familiares no que diz respeito a não contradição com relação aos sentimentos, ensinamentos, ordens e valores repassados à criança com TDAH. Embora pareça impossível é necessário impor limites e gradualmente organizar a vida do portador de TDAH, e organizar se torna a palavra-chave com relação, também à rotina de todos da família, isso porque, comprovadamente, as crianças com TDAH agem melhor em ambientes previsíveis e constantes cuja estrutura é visivelmente ordenada.
     Como foi ressaltado no inicio dessas argumentações, a vida da criança com TDAH e seus familiares não é nada fácil, porém possível de ser manejada com sucessos e tais sucessos dependem primeiramente da busca de orientação profissional especializada, sendo essa uma das primeiras recomendações dos profissionais que atuam na área, Jose Raimundo Facion compartilha dessa assertiva e conclui que “A definição do diagnóstico é importante, porque favorece a busca de melhor organização do contexto e a compreensão do comportamento apresentado pela criança”. Criar uma criança portadora de TDAH é infinitamente mais complicado referente à criação de crianças não portadoras do distúrbio, isso se dá pelo fato dos excessos nas atitudes, ou seja, a desatenção, a super/hiperatividade, a exigência, impulsividade ou a desinibição exacerbadas fazem com que os familiares redobrem os cuidados, a atenção e as responsabilidades o que pode provocar certos incômodos nesses pais ou até mesmo elevação do estresse, mas também podem haver momentos prazerosos e recompensadores como Barkley deixa evidente:

“Se a família enfrentar o desafio, verão que uma criança com TDAH oferece uma tremenda oportunidade de autodesenvolvimento e realização como pai e mãe, irmãos, etc. Vocês poderão ver seus investimentos diretos em tempo e energia retornar como felicidade e bem estar da criança com TDAH – não sempre, mas frequentemente o bastante para satisfazer muitos pais completamente. Saber que vocês são queridos por tal criança pode trazer à vida de vocês um propósito mais profundo que muitas outras coisas.”
  
     Os familiares das crianças com TDAH precisam ter em mente o quanto podem ser o alicerce fundamental na construção das mediações possíveis para que essa criança tenha sucesso na vida como um todo e consequentemente esse sucesso se acarretará para a acadêmica e social. É importante ter em mente a necessidade de dar passos em busca de esforços capazes de controlar comportamentos questionáveis e constrangedores das crianças com TDAH.
    É necessário ressaltar quão importantes são as relações dos pais de crianças com TDAH e os professores e possíveis profissionais da saúde mental que venham a atender essa criança, em especial para a manutenção da organização rotineira tão necessária para adequar a criança no convívio familiar e social, tal organização deve ser pautada - levando em consideração a utilização no manejo do cotidiano dessa criança – na utilização de recompensas e possíveis punições. Interessante ressaltar que essas crianças necessitam de reforço constante, como especifica Facion:
“Alias, elas respondem melhor ao REFORÇO POSITIVO do que às estratégias punitivas. O REFORÇO POSITIVO aumenta a auto-estima, fornecendo maiores subsídios para modificação dos comportamentos indesejáveis”.
      Alguns autores recomendam que pais de crianças com TDAH devam assumir o controle para tomar decisões favoráveis a bens futuros na vida da criança, que consequentemente a ajudaram tem uma vida mais calma (na medida do possível) e proveitosa, para isso devem assumir as dúvidas e procurar adquirir o máximo de conhecimento possível referente ao distúrbio, sendo necessário que haja um ajustamento a partir de avaliações das muitas informações que se possa conseguir, extraindo aquilo que for realmente útil para que a vida em família se torne mais prazerosa e harmônica possível.
     Por certo a vida familiar de um portador de TDAH requer esforços por parte dos envolvidos e em especial um afeto e compreensão fora do normal. Algo possível se houver a busca de assistência especializada e o real desejo da obtenção de sucesso no convívio com a criança portadora de TDAH.
    
A interação da criança portadora de TDAH na escola

Educar é relacionar-se. É saber lidar com os desafios propostos pela própria educação, por isso é muito importante a atuação significativa do professor na sala de aula, principalmente quando se diz respeito a inclusão de crianças portadores de necessidades especiais nas turmas regulares.
No decorrer da história da educação do Brasil, aconteceram grandes mudanças, principalmente do movimento nacional com o objetivo de incluir todas as crianças nas escolas regulares, partindo do pressuposto da educação inclusiva a qual implica a inserção de todos, sem distinção. Bem como a criação da Constituição de 1988, que teve como princípios básicos a não discriminação e a promoção do bem social.

“Esses movimentos evidenciam grande impulso desde a década de 90 no que se refere a colocação de alunos com deficiência na rede regular de ensino e tem avançado aceleradamente em alguns países desenvolvidos, constatamos que a inclusão bem sucedida desses educadores requer um sistema educacional diferente do atualmente disponível.” (BRASIL, 1988, p. 17)

O professor para a educação inclusiva trata-se de um educador diferenciado que deve se preocupar com a sociedade de modo que ele contribua para que a mesma se torne justa e democrática proporcionando a inclusão.
Em uma sala de aula podemos observar crianças de todos os gêneros. Muitas apresentam dificuldades de concentração e atenção. Não param quietas, são dispersas e tem necessidade de estar num movimento contínuo. Portanto, há uma grande necessidade do professor conhecer quais as características do TDAH para saber analisar e principalmente lidar com tal situação, que poderá implicar em um bom relacionamento com o educando.
A hiperatividade torna-se mais evidente no período escolar, por este motivo, a escola tem um papel fundamental, pois é onde os sintomas dessa doença são determinada, onde muitas vezes em casa a criança não é sujeita a necessidades de concentração e atenção, o que torna retardatário o diagnóstico e tratamento, por isto, é importante a cumplicidade da família com a escola para juntas ajudarem a criança. Entretanto, para que o educador esteja capacitado para exercer estas funções, ele deverá buscar uma formação contínua, tendo início com a reflexão pessoal e profissional a cerca de mudanças de atitudes, para ser eficaz e que realmente aconteça a inclusão e não apenas um aluno portado de TDAH inserido na sala de aula.
“A atitude do professor e da professora frente a comportamentos imperativos, agressivos ou de desinteresse e desatenção deve ser, num primeiro momento de acolhimento, de apresentação da nova situação e de combinação de normas para a nova convivência.” (BARBOSA, 2006, p. 76)

O professor deve proporcionar mais que a mediação de conhecimentos, sendo indispensável o lado afetivo de conviver com os alunos, dando-lhes a possibilidade de uma educação de qualidade que atenda as suas necessidades, assim o educador deve trabalhar com as peculariedades de aprendizagem e a significância de cada evolução do educando.
Desde modo o educador tem que ter responsabilidade, a criatividade e a consciência de seu papel, principalmente no que se trata de conteúdos a ser ministrada em sala de aula, que devem ser previamente planejados e estabelecidos, a fim de aproximar às necessidades a realidade do aluno portador de TDAH, pois o mesmo apresenta um ritmo diferente, quanto o seu comportamento devido à doença.
“É preciso igualmente renovar e inovar os materiais didáticos e a apresentação de estímulos. A atenção humana é sensível à intensidade dos estímulos.” diz Victor da Fonseca. A formação continuada e o trabalho docente devem estar em sintonia, uma vez que, durante esse processo de teoria e prática, somente educadores acabam tendo oportunidades de refletir sobre suas ações em sala de aula e sobre possíveis melhorias que possam contribuir para o desenvolvimento cognitivo da criança portadora do TDAH, despertando nela o prazer pelo elo educativo.


Causas do TDAH

Inicialmente há vários fatores que causam o TDAH,  e ao longo do tempo com avanços tecnológico, avanço da medicina, essas causas vão sofrendo variadas mudanças, e também “certas coisas antes pensadas como causa do TDAH não mais o são.” O estudo do TDAH é cercado de verdades e mitos; mas a ciência busca estudar o que causa o TDAH, porém é indispensável sabermos que uma vez descoberta uma causa, ela nunca poderá  ser comprovada com absoluta certeza. É sugestivo dizer porém que uma das causas do TDAH é uma associação que se faz de uma grávida que fuma apresentar um crescente risco de seu filho ter hiperatividade e falta de atenção.
Outra fonte de pesquisa, por exemplo, é o estudo realizado em crianças que sofreram algum tipo de acidente com lesão cerebral, cortes profundo na cabeça ou outras lesões cerebrais/neurológicas que afetam o cérebro e alteram o comportamento da criança, esses e outros fatores podem ser as causas reais do TDAH, mas devemos lembrar que muitos casos de TDAH em sua maioria não têm histórico de qualquer tipo de lesão.
Uma possível causa do TDAH, é a exposição do feto ao álcool durante a gravidez. Os cientistas fazem diversos estudos em animais para descobrirem as causas do TDAH, fazendo testes e inspeção no tecido cerebral deles. Os animais e os humanos têm muitas semelhanças. Mas os resultados desses testes não devem ser aplicados diretamente nos humanos, afinal, os animais e humanos são semelhantes em muitos pontos, mas não são idênticos. Deve-se considerar também que esse anormalidade esteja relacionada a hereditariedade não somente a fatores ambientais.
Nas pesquisas em lesões cerebrais e TDAH, essa hipótese é detectada na parte frontal do cérebro, conhecida como região fronto-orbital, responsável pela inibição do comportamento, pelo autocontrole, manutenção da atenção e etc.
“Portanto, a área frontal do cérebro pode ser implicada na produção de sintomas de TDAH em primatas. Em menos de 10% de crianças com TDAH pode-se demonstrar a ocorrência de lesões cerebrais, embora deva haver algo disruptivo no desenvolvimento dessa porção do cérebro.” (Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade TDAH. Pg. 81). Alguns cientistas acreditam que em portadores de TDAH substâncias químicas  cerebrais se encontram diminuídas.
   Diversos estudos são realizados atualmente, estes cientistas verificaram que a atividade elétrica do cérebro de crianças com TDAH é menor que a observada em crianças que não portam TDAH, principalmente na área frontal do cérebro. Também é observado através de estudos que crianças com TDAH apresentam o menor fluxo sanguíneo no núcleo caudado que fica na parte frontal da cabeça, responsável pela inibição do comportamento e manutenção da atenção. Quando administrado medicação estimulante nessas crianças portadoras de TDAH estudadas (medicação essa usada também para o tratamento de TDAH, observou-se que o fluxo sanguíneo dessas áreas de baixa atividade aumentou a quase o nível normal. Quanto mais ativas as regiões cerebrais mais sangue é necessário.
Um estudo feito por Alan Zametkin e alguns colegas no NIMH, utilizando a tomografia de emissão de pósitrons, injetando na corrente sanguínea glicose radioativa (açúcar usado como combustível pelas células nervosas no cérebro), observou-se que havia redução de atividade na região frontal, mais do lado esquerdo que do direito, nos adolescentes portadores de TDAH em estudo.
A atividade cerebral frontal reduzida é observada somente em portadores de TDAH, já que Karl  Sieg, em estudo realizado em 1993, comparou suas pesquisas em portadores de TDAH e pacientes com outros tipos de transtornos mentais. Outro fator que contribuem para o aumento para a falta de atenção e hiperatividade em crianças são drogas medicamentosas que diminuem a atividade cerebral. Existem causas a se considerar que afetam principalmente o desenvolvimento anormal do cérebro que podem ser agentes do meio ambiente como substancias consumidas durante a gravidez, do tipo cigarro, bebida alcoólica. A exposição ao chumbo, o chumbo é uma toxina para o cérebro, como o álcool e a nicotina são evidências a cerca de que níveis altos de chumbo no organismo de crianças jovens podem estar associados ao comportamento hiperativo e desatenção. O TDAH também pode ser hereditário, estudos comprovaram que familiares biológicos de portadores do TDAH, apresentaram algum tipo de problema psicológico. Como exemplo desses transtornos, os principais são alcoolismo, depressão, comportamento antissocial e outros. Em gêmeos também se tem estudos mais convincentes da hereditariedade do TDAH, se um dos gêmeos apresenta sintomas de TDAH, o risco de o outro ter transtorno é de 80-90%, o TDAH é determinado mais pela genética, do que por fatores ambientais.

                               TRATAMENTO

 O tratamento começa inicialmente com uma avaliação psicológica ou psiquiátrica. Os componentes mais importantes de uma avaliação é:
1. Entrevista clínica com os pais da criança.
2. Exame médico (se necessário)
3. O resultada na escala de comportamento.
4. Entrevista com os professores da criança.
5. Preenchimento de escalas semelhantes de comportamento sobre a criança feita pelo professor.
A partir do diagnóstico de TDAH, o tratamento mais eficaz é a combinação de tratamentos comportamentais, educacionais e medicamentosos.
 Com respeito ao tratamento os medicamentos adquirem uma maior eficácia, os estimulantes, alguns antidepressivos e clonidina é muito indicado para o tratamento de TDAH, inibindo mais certos tipos de comportamento, esses medicamentos são eficazes na probabilidade de 50% à 95% dos casos em crianças de TDAH. Mais esse tratamento não deve ser generalizado, pois o medicamento não deve ter eficácia igual em todas as crianças, afinal cada caso é um caso.
 Os medicamentos utilizados no tratamento de TDAH não são sedativos nem visam dopar o portador. Os medicamentos utilizados no tratamento de TDAH permitem que algumas funções mentais sejam normalizadas.
 Como já vimos o uso de medicamentos pode diminuir a ocorrência de problemas muito sérios que acompanham o TDAH, por exemplo, o uso de drogas.
Alguns medicamentos usados também para o tratamento de TDAH é: antidepressivos tricíclicos como: Norpramim ou Pertrofane, Tofranil, Tryptanol/Elavil, wellbutrin e ainda outros antidepressivos tricíclicos como: Pamelor ou Aventil, Anafranil.
Esses medicamentos apresentam outros efeitos colaterais: Diminuição da frequência cardíaca, convulsões, efeitos físicos mínimos, efeitos colaterais raros, interações de drogas.
Outro medicamento que apresentou benefícios para crianças foi a clonidina, é usualmente usada no tratamento de hipertensão em adultos.


CONCLUSÃO

Ao término da elaboração deste projeto pudemos constatar o quanto foi envolvente esta pesquisa. A escolha do tema deu-se em função de percebermos o quanto o TDAH é comum em nossa sociedade e tampouco pais e educadores sabem lidar com ela. Sabemos que o TDAH está dentre os transtornos psicológicos infantis mais estudados, seus estudos estão longe de serem concluídos. No caso das crianças aprenderem a controlar seus impulsos e a regular o seu próprio comportamento surgem problemas que ainda estão indefinidos. Com esta pesquisa sobre o TDAH aquilatamos que a criança com este transtorno deve ser considerada normal, assim como as outras é bem comum encontrar pessoas que tem dificuldades de entender a TDAH, e até mesmo aceitar e classificar isso como uma doença, mesmo por que as crianças que apresentam esse transtorno não possuem nenhuma característica externa que aponte a doença. Alguns autores defendem que isso pode ocorrer devido uma imperfeição no cérebro que provoca uma movimentação constante e outros comportamentos que são considerados intoleráveis em uma criança com TDAH.
No que diz respeito ao convívio familiar da criança portadora de TDAH tem-se uma relação geralmente conflituosa, mas com inúmeras possibilidades de sucessos, em especiais se os pais ou os demais familiares se aterem ao fato de que crianças com TDAH podem e devem ser exigidos dentro de suas limitações, no intuito de alcançarem objetivos e corresponderem expectativas plausíveis. Levando em consideração as muitas variantes nos contextos familiares o que pode valer para todas as famílias é a supervalorização do afeto e compreensão da criança com TDAH.
Constatamos que o papel do professor é de suma importância para auxiliar no diagnóstico do TDAH, visto que, este transtorno é evidenciado principalmente no período escolar. Portanto, é imprescindível que o professor esteja bem preparado, tanto emocionante quanto as informações da doença para saber distinguir uma criança sem limites de uma hiperativa. Faz-se necessária então que haja a criação de medidas voltadas em se fazer efetiva a educação inclusiva na nossa realidade, a fim de despertar o verdadeiro interesse e motivação de todos os envolvidos no processo educacional, tornando-se realidade todas as teorias e leis de inclusão já existentes.
Portanto os estudos são realizados frequentemente sobre causas e tratamento do TDAH, visando uma orientação eficaz aos pais e portadores desse transtorno, a rotina dos portadores e pais é um desafio diário, o tratamento e causas do TDAH são definições que envolvem constantemente, os fatores biológicos são os mais predominantes na causa de TDAH, e o tratamento medicamentoso ligados ao conjunto de avaliações profissionais surtem o efeito esperado; atenuando a ocorrência de comportamentos alterados, déficit de atenção, hiperatividade.
O projeto é de fundamental importância para nossa formação acadêmica, uma vez que o mesmo possibilitou-nos conhecermos essa realidade vivenciada dentro das escolas, sendo confrontadas teoria e pratica, para uma formação mais aprimorada e qualificada para atender as exigências da sociedade, a qual necessita este atendimento qualificado.






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BARBOSA, Laura Monte Serrat: Psicopedagogia. 2. ed. Bolsa Nacional do Livro. Curitiba, 2006.

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CARNEIRO, Moaci Alves: LDB fácil. 17. Ed. Vozes. Petrópolis, 2010.


FONSECA, Vitor da: Dificuldades de Aprendizagem. 2. Ed. Artes Médicas. Porto Alegre, 1995.


FACION, José Raimundo: Transtornos do Desenvolvimento e do Comportamento. 3. Ed. Ibpex. Curitiba, 2007.


GUERRA, Leila Boni: A criança com dificuldade de aprendizagem. Enelivros. Rio de Janeiro, 2002.

MATTOS, Paulo: Perguntas e respostas sobre transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. 8. Ed. Casa Leitura Médica. São Paulo, 2008.

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SEGENREICH, Daniel; MATTOS, Paulo: Eficácia da bupropiona no tratamento do TDAH. Uma revisão sistemática e análise critica de evidências. Disponível no site: www.scielo.br/pdf/rpc/v31n3/a0/v31n3.pdf. Data do acesso: 08/12/2011.




Trabalho apresentado à Universidade Estadual do Maranhão pelos acadêmicos: Dayane Maria Silva Marinho, Geane Ribeiro de Sousa Torres, Maria Cristina Fernandes, Maria Franciane Holanda, Mayara Mágna Matos dos Reis Freire.

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