INTRODUÇÃO
Diante
das novas exigências do mundo contemporâneo, o papel da educação tem passado
por transformações para adequar cada vez mais às necessidades da sociedade como
um todo de princípios e direitos iguais, sendo necessário mais que a inserção
de alunos com necessidades especiais na sala de aula, mas o conhecimento dessas
patologias pelos pais e educadores para tornarem-se seres participantes ativos
dentro da sua problemática.
Entretanto,
confronta-se essa idéia com as dificuldades encontradas pelos pais e
educadores, uma vez que os mesmos não possuem uma formação para atender as
crianças portadoras de necessidades especiais.
É comum observar crianças que tem
problemas de desatenção, são impulsivas e não conseguem manter um autocontrole,
que muitas vezes passam despercebidos, por pais e educadores, não sendo
avaliados por acharem serem características naturais do ser humano, e as mesmas
são apenas lamentadas pelos pais e não recebem um atendimento especial na
escola e consequentemente a não
aceitação da sociedade perante tal conflito, sendo este o foco, sendo este o
foco de nossa pesquisa: Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade:
Derrubado as barreiras para a promoção da inclusão.
A
qualquer momento da escolaridade, qualquer aluno pode apresentar dificuldades
de aprendizagem. É próprio do processo de aprender, portanto, expor o aluno a
barreiras e níveis maiores ou menores de dificuldades. Os professores, em
geral, sabem como desenhar estratégias de ultrapassagem dessas limitações. Há
dificuldades, porém, que requerem meios e apoios mais especializados para que o
aluno possa acessar regularmente o currículo.
Quando
isso acontece, estamos diante de um aluno especial. Este dever do Estado, dos
sistemas de ensino e da rede escolar decorre dos imperativos constitucionais de
igualdade, liberdade e respeito à dignidade humana.
Diante
disto, a partir de um estudo bibliográfico, este trabalho, propõe-se a informar
de maneira clara, o que é o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade –
TDAH. O estudo deste distúrbio não é recente e vem sendo realizado desde o
começo do século XX, recebendo nomenclaturas diferentes até chegar a definição
atual do DSM IV (Diagnostic and
Statistical Manual, 4º edição).Manual preparado pela Associação Psiquiátrica
Americana.
Desde
modo, busca-se esclarecer e orientar como maior precisão aos que encontram-se
envolvidos com tal problemática do TDAH: educadores, pais, familiares e outros.
Como
diz Russell: Apesar do quanto o TDAH possa ser debilitante, não surpreende que
muitos continuam céticos sobre a seriedade do transtorno. Existem muitas
pessoas que apresentam falta de atenção no seu dia-a-dia e um baixo
autocontrole, além de serem impulsivos diante de determinado acontecimento, e
desta maneira, argumentam que é apenas uma questão de domínio e generalizam
tais características, rotulando as crianças como mal educadas.
É
verdade que em alguns casos pode ate ser, porem em outros não. Portanto faz-se
necessário saber pelos pais e educadores o que é este transtorno, conhecer suas
causas e reais características, bem como pode ser tratado, a partir de
prováveis diagnósticos, pois assim poderá compreender melhor qual a verdadeira
necessidade da sua atuação para com a criança portadora de TDAH.
Nossa
intenção é de identificar e estabelecer relações da criança com o meio, para um
melhor discernimento deste transtorno da pratica familiar e educacional.
O
que é TDAH e quais as suas características
Desenvolvendo
o tema TDAH, logo notamos alguma familiaridade com alguém com os mesmos
sintomas descritos aqui. Sabemos que é comum encontrar alguém que “vive no
mundo da lua” assim afirmam ao individuo que é desatento, distraído ou
imperativo. Poucos atribuem essa doença por desconhecerem seu conceito, sua
causa e sintomas. O TDAH é um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que
consiste em problemas com os períodos de atenção, como o controle do impulso e
com nível de atividade.
Os
indivíduos que caracterizam esse transtorno parecem pessoas normais, não há
nenhum sinal exterior que mostre algo errado no sistema nervoso central ou com
seu cérebro. Pessoas que desconhecem o assunto quando se deparam com algum
portador da TDAH preferem dizer que não tem jeito para tal.
Os
sintomas que constituem a TDAH somam um total de 18 sintomas, e os portadores
não apresentam todos os sintomas, mas são muitos semelhantes. Os problemas são parecidos
seja na infância, adolescência ou na vida adulta. O TDAH é caracterizado por
dois grupos de sintomas: desatenção; hiperatividade e impulsividade.
No
caso da desatenção pode ocorrer uma dificuldade de concentração (tanto nas
tarefas escolares quanto em jogos e brincadeiras), prestar pouca atenção a
detalhes e comete erros por falta de atenção, parece estar prestando atenção em
outras coisas em uma conversa, tem dificuldades em seguir instruções até o fim
e deixam tarefas e deveres pela metade, possuem dificuldade de se organizar para
fazer algo ou planejar com antecedência.
Relutância ou antipatia em relação a tarefas que exigem esforços mentais
por muito tempo como: estudo e leitura. Perde objetos importantes para realizar
tarefas ou atividades do dia-a-dia, distraem-se com muita facilidade com coisas
à sua volta ou mesmo com os próprios pensamentos e, esquecer de coisas que deveriam
fazer no dia-a-dia.
No
caso de hiperatividade e impulsividade devem ocorrer frequentemente dificuldade
de permanecer sentado em situações em que isso é esperado, por exemplo: na sala
de aula, mesa de jantar. Correr ou escalar coisas inapropriadas, parecer ser
“elétrico” e “a mil por hora.” Falar demais ou responder as perguntas antes delas serem concluídas. Não conseguir
aguardar a sua vez em jogos, sala de aula, filas etc. interromper os outros ou
se pronunciar em conversar alheias.
Os
sintomas de desatenção são classificados como Módulo A, e os Sintomas de
Hiperatividade e impulsividade como Módulo B. Existem três tipos de TDAH: Forma
predominante desatenta, quando predominam mais os sintomas do Módulo A. esta é
a forma mais comum na população em geral. Na Forma Predominantemente
hiperativa/impulsiva, quando prevalecem mais os sintomas do módulo B, esta é a
forma mais rara e a Forma combinada quando os sintomas do Módulo A e Módulo B
se misturam. Consequentemente a forma combinada acaba trazendo mais problemas
para o próprio portador e também para os pais, que acabam procurando ajuda para
o filho, é a forma mais comum nos consultórios e ambulatórios.
O
termo “predominantemente” indica que existem também sintomas de desatenção na
forma hiperativa e sintomas de hiperatividade na forma desatenta, porém não são
os mais importantes. Sempre existirá, algum grau de desatenção, hiperatividade
e impulsividade em todo portador de TDAH.
Para diagnosticar o TDAH apenas um profissional
especializado poderá dizer se os sintomas não são atribuídos em outros
problemas como, ansiedade e depressão que são bem parecidos. Segundo (American
Psychiatry Association, 1994; Rohde e Cols, 1999) o TDAH atinge de 3% a 6% das
crianças em idade escolar, sendo a causa mais comum de encaminhamento a
serviços especializados da infância e da adolescência.
Relação da família com crianças com TDAH
É de fácil
compreensão as grandes problemáticas que envolvem as famílias de crianças com
TDAH e se torna necessário ressaltar as muitas possibilidades de boa interação
dessa criança com os pais e os irmãos. Tal relação familiar muitas vezes (na
grande maioria das vezes!) tão frágil e conflituosa pode ser abastecida
gradativamente de impulsos e atuações significativas e confortáveis que podem
contribuir para uma relação afetuosa e significante.
O contexto acima evidencia que fácil não é
a vida, propriamente dita, da família de crianças portadoras de TDAH, os
conflitos, os desafios e as divergências existentes numa família comum são mais
acentuados nas famílias em questão.
Para os pais de crianças com TDAH fica
claro que há algo de errado no comportamento do filho, o pior é que muitas
vezes alguns pais por falta de conhecimento sobre o transtorno consideram os
sintomas como mera teimosia ou pura necessidade de chamar a atenção, algumas
vezes por esse motivo demorem procurar ajuda especializada, seja na área
pedagógica e/ou clínica. De fato o diagnóstico não e fácil e simples, requer
entendimento de que a agitação e o excesso de energia características de
crianças em fase de desenvolvimento - mas que não causa danos aos outros ou a
si mesmo - se diferencia da super/hiperatividade, da impulsividade, da
insensibilidade a elogios, agitação excessivas, o que caracteriza crianças
portadoras de TDAH (levando em consideração a duração ou permanência desses
sintomas, a partir de avaliações da rotina da criança e da família), realmente
o diagnóstico preciso e real de TDAH depende do conhecimento sobre o assunto,
como evidencia Russell A. Barkley: “O diagnóstico real de TDAH depende de nosso
conhecimento sobre o assunto”.
Barkley diz: “Crianças portadoras de TDAH
não existem num vácuo. Elas ocupam lugares específicos nos diversos estratos ou
sistemas sociais, sendo a família o mais imediato”, a partir do ponto de vista
do autor podemos compreender o valor da família na vida de um portador de TDAH,
mas racionalmente compreensível, a relação dessa criança com seus pais, irmãos
e demais parentes é geralmente delicada e requer demasiada dedicação e esforço
no que diz respeito às contribuições para a obtenção de uma vida mais calma
para essa criança, José Raimundo Facion acentua:
“Os familiares precisam ser
orientados no sentido de compreender que a permissividade, a compaixão e a
falta de limites não são úteis para a criança, a qual não se beneficia em nada
por ser dispensada das exigências, expectativas e planejamentos da vida diária
como os de qualquer outro individuo.”
O posicionamento de Facion retrata o quão
importante é a atitude firme por parte dos familiares no que diz respeito a não
contradição com relação aos sentimentos, ensinamentos, ordens e valores
repassados à criança com TDAH. Embora pareça impossível é necessário impor
limites e gradualmente organizar a vida do portador de TDAH, e organizar se
torna a palavra-chave com relação, também à rotina de todos da família, isso
porque, comprovadamente, as crianças com TDAH agem melhor em ambientes
previsíveis e constantes cuja estrutura é visivelmente ordenada.
Como foi ressaltado no inicio dessas
argumentações, a vida da criança com TDAH e seus familiares não é nada fácil,
porém possível de ser manejada com sucessos e tais sucessos dependem
primeiramente da busca de orientação profissional especializada, sendo essa uma
das primeiras recomendações dos profissionais que atuam na área, Jose Raimundo
Facion compartilha dessa assertiva e conclui que “A definição do diagnóstico é
importante, porque favorece a busca de melhor organização do contexto e a
compreensão do comportamento apresentado pela criança”. Criar uma criança
portadora de TDAH é infinitamente mais complicado referente à criação de
crianças não portadoras do distúrbio, isso se dá pelo fato dos excessos nas
atitudes, ou seja, a desatenção, a super/hiperatividade, a exigência,
impulsividade ou a desinibição exacerbadas fazem com que os familiares redobrem
os cuidados, a atenção e as responsabilidades o que pode provocar certos
incômodos nesses pais ou até mesmo elevação do estresse, mas também podem haver
momentos prazerosos e recompensadores como Barkley deixa evidente:
“Se a família enfrentar o desafio, verão que uma criança com TDAH
oferece uma tremenda oportunidade de autodesenvolvimento e realização como pai
e mãe, irmãos, etc. Vocês poderão ver seus investimentos diretos em tempo e
energia retornar como felicidade e bem estar da criança com TDAH – não sempre,
mas frequentemente o bastante para satisfazer muitos pais completamente. Saber
que vocês são queridos por tal criança pode trazer à vida de vocês um propósito
mais profundo que muitas outras coisas.”
Os familiares das crianças com TDAH
precisam ter em mente o quanto podem ser o alicerce fundamental na construção
das mediações possíveis para que essa criança tenha sucesso na vida como um
todo e consequentemente esse sucesso se acarretará para a acadêmica e social. É
importante ter em mente a necessidade de dar passos em busca de esforços capazes
de controlar comportamentos questionáveis e constrangedores das crianças com
TDAH.
É necessário ressaltar quão importantes são
as relações dos pais de crianças com TDAH e os professores e possíveis
profissionais da saúde mental que venham a atender essa criança, em especial
para a manutenção da organização rotineira tão necessária para adequar a
criança no convívio familiar e social, tal organização deve ser pautada -
levando em consideração a utilização no manejo do cotidiano dessa criança – na utilização
de recompensas e possíveis punições. Interessante ressaltar que essas crianças
necessitam de reforço constante, como especifica Facion:
“Alias,
elas respondem melhor ao REFORÇO POSITIVO do que às estratégias punitivas. O
REFORÇO POSITIVO aumenta a auto-estima, fornecendo maiores subsídios para
modificação dos comportamentos indesejáveis”.
Alguns autores recomendam que pais de
crianças com TDAH devam assumir o controle para tomar decisões favoráveis a
bens futuros na vida da criança, que consequentemente a ajudaram tem uma vida
mais calma (na medida do possível) e proveitosa, para isso devem assumir as
dúvidas e procurar adquirir o máximo de conhecimento possível referente ao
distúrbio, sendo necessário que haja um ajustamento a partir de avaliações das
muitas informações que se possa conseguir, extraindo aquilo que for realmente
útil para que a vida em família se torne mais prazerosa e harmônica possível.
Por certo a vida familiar de um portador
de TDAH requer esforços por parte dos envolvidos e em especial um afeto e
compreensão fora do normal. Algo possível se houver a busca de assistência
especializada e o real desejo da obtenção de sucesso no convívio com a criança
portadora de TDAH.
A
interação da criança portadora de TDAH na escola
Educar
é relacionar-se. É saber lidar com os desafios propostos pela própria educação,
por isso é muito importante a atuação significativa do professor na sala de
aula, principalmente quando se diz respeito a inclusão de crianças portadores
de necessidades especiais nas turmas regulares.
No
decorrer da história da educação do Brasil, aconteceram grandes mudanças,
principalmente do movimento nacional com o objetivo de incluir todas as
crianças nas escolas regulares, partindo do pressuposto da educação inclusiva a
qual implica a inserção de todos, sem distinção. Bem como a criação da
Constituição de 1988, que teve como princípios básicos a não discriminação e a
promoção do bem social.
“Esses
movimentos evidenciam grande impulso desde a década de 90 no que se refere a
colocação de alunos com deficiência na rede regular de ensino e tem avançado
aceleradamente em alguns países desenvolvidos, constatamos que a inclusão bem
sucedida desses educadores requer um sistema educacional diferente do
atualmente disponível.” (BRASIL, 1988, p. 17)
O
professor para a educação inclusiva trata-se de um educador diferenciado que
deve se preocupar com a sociedade de modo que ele contribua para que a mesma se
torne justa e democrática proporcionando a inclusão.
Em
uma sala de aula podemos observar crianças de todos os gêneros. Muitas
apresentam dificuldades de concentração e atenção. Não param quietas, são
dispersas e tem necessidade de estar num movimento contínuo. Portanto, há uma
grande necessidade do professor conhecer quais as características do TDAH para
saber analisar e principalmente lidar com tal situação, que poderá implicar em
um bom relacionamento com o educando.
A
hiperatividade torna-se mais evidente no período escolar, por este motivo, a
escola tem um papel fundamental, pois é onde os sintomas dessa doença são
determinada, onde muitas vezes em casa a criança não é sujeita a necessidades
de concentração e atenção, o que torna retardatário o diagnóstico e tratamento,
por isto, é importante a cumplicidade da família com a escola para juntas
ajudarem a criança. Entretanto, para que o educador esteja capacitado para
exercer estas funções, ele deverá buscar uma formação contínua, tendo início
com a reflexão pessoal e profissional a cerca de mudanças de atitudes, para ser
eficaz e que realmente aconteça a inclusão e não apenas um aluno portado de
TDAH inserido na sala de aula.
“A atitude do professor e da professora
frente a comportamentos imperativos, agressivos ou de desinteresse e desatenção
deve ser, num primeiro momento de acolhimento, de apresentação da nova situação
e de combinação de normas para a nova convivência.” (BARBOSA, 2006, p. 76)
O
professor deve proporcionar mais que a mediação de conhecimentos, sendo
indispensável o lado afetivo de conviver com os alunos, dando-lhes a
possibilidade de uma educação de qualidade que atenda as suas necessidades,
assim o educador deve trabalhar com as peculariedades de aprendizagem e a
significância de cada evolução do educando.
Desde
modo o educador tem que ter responsabilidade, a criatividade e a consciência de
seu papel, principalmente no que se trata de conteúdos a ser ministrada em sala
de aula, que devem ser previamente planejados e estabelecidos, a fim de
aproximar às necessidades a realidade do aluno portador de TDAH, pois o mesmo
apresenta um ritmo diferente, quanto o seu comportamento devido à doença.
“É
preciso igualmente renovar e inovar os materiais didáticos e a apresentação de
estímulos. A atenção humana é sensível à intensidade dos estímulos.” diz Victor
da Fonseca. A formação continuada e o trabalho docente devem estar em sintonia,
uma vez que, durante esse processo de teoria e prática, somente educadores
acabam tendo oportunidades de refletir sobre suas ações em sala de aula e sobre
possíveis melhorias que possam contribuir para o desenvolvimento cognitivo da
criança portadora do TDAH, despertando nela o prazer pelo elo educativo.
Causas
do TDAH
Inicialmente
há vários fatores que causam o TDAH, e
ao longo do tempo com avanços tecnológico, avanço da medicina, essas causas vão
sofrendo variadas mudanças, e também “certas coisas antes pensadas como causa
do TDAH não mais o são.” O estudo do TDAH é cercado de verdades e mitos; mas a
ciência busca estudar o que causa o TDAH, porém é indispensável sabermos que
uma vez descoberta uma causa, ela nunca poderá
ser comprovada com absoluta certeza. É sugestivo dizer porém que uma das
causas do TDAH é uma associação que se faz de uma grávida que fuma apresentar
um crescente risco de seu filho ter hiperatividade e falta de atenção.
Outra
fonte de pesquisa, por exemplo, é o estudo realizado em crianças que sofreram
algum tipo de acidente com lesão cerebral, cortes profundo na cabeça ou outras
lesões cerebrais/neurológicas que afetam o cérebro e alteram o comportamento da
criança, esses e outros fatores podem ser as causas reais do TDAH, mas devemos
lembrar que muitos casos de TDAH em sua maioria não têm histórico de qualquer
tipo de lesão.
Uma
possível causa do TDAH, é a exposição do feto ao álcool durante a gravidez. Os
cientistas fazem diversos estudos em animais para descobrirem as causas do
TDAH, fazendo testes e inspeção no tecido cerebral deles. Os animais e os
humanos têm muitas semelhanças. Mas os resultados desses testes não devem ser
aplicados diretamente nos humanos, afinal, os animais e humanos são semelhantes
em muitos pontos, mas não são idênticos. Deve-se considerar também que esse
anormalidade esteja relacionada a hereditariedade não somente a fatores
ambientais.
Nas
pesquisas em lesões cerebrais e TDAH, essa hipótese é detectada na parte
frontal do cérebro, conhecida como região fronto-orbital, responsável pela
inibição do comportamento, pelo autocontrole, manutenção da atenção e etc.
“Portanto,
a área frontal do cérebro pode ser implicada na produção de sintomas de TDAH em
primatas. Em menos de 10% de crianças com TDAH pode-se demonstrar a ocorrência
de lesões cerebrais, embora deva haver algo disruptivo no desenvolvimento dessa
porção do cérebro.” (Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade TDAH. Pg.
81). Alguns cientistas acreditam que em portadores de TDAH substâncias químicas
cerebrais se encontram diminuídas.
Diversos estudos são realizados atualmente,
estes cientistas verificaram que a atividade elétrica do cérebro de crianças
com TDAH é menor que a observada em crianças que não portam TDAH,
principalmente na área frontal do cérebro. Também é observado através de
estudos que crianças com TDAH apresentam o menor fluxo sanguíneo no núcleo
caudado que fica na parte frontal da cabeça, responsável pela inibição do
comportamento e manutenção da atenção. Quando administrado medicação estimulante
nessas crianças portadoras de TDAH estudadas (medicação essa usada também para
o tratamento de TDAH, observou-se que o fluxo sanguíneo dessas áreas de baixa
atividade aumentou a quase o nível normal. Quanto mais ativas as regiões
cerebrais mais sangue é necessário.
Um
estudo feito por Alan Zametkin e alguns colegas no NIMH, utilizando a
tomografia de emissão de pósitrons, injetando na corrente sanguínea glicose
radioativa (açúcar usado como combustível pelas células nervosas no cérebro),
observou-se que havia redução de atividade na região frontal, mais do lado
esquerdo que do direito, nos adolescentes portadores de TDAH em estudo.
A
atividade cerebral frontal reduzida é observada somente em portadores de TDAH,
já que Karl Sieg, em estudo realizado em
1993, comparou suas pesquisas em portadores de TDAH e pacientes com outros
tipos de transtornos mentais. Outro fator que contribuem para o aumento para a
falta de atenção e hiperatividade em crianças são drogas medicamentosas que
diminuem a atividade cerebral. Existem causas a se considerar que afetam
principalmente o desenvolvimento anormal do cérebro que podem ser agentes do
meio ambiente como substancias consumidas durante a gravidez, do tipo cigarro,
bebida alcoólica. A exposição ao chumbo, o chumbo é uma toxina para o cérebro,
como o álcool e a nicotina são evidências a cerca de que níveis altos de chumbo
no organismo de crianças jovens podem estar associados ao comportamento
hiperativo e desatenção. O TDAH também pode ser hereditário, estudos
comprovaram que familiares biológicos de portadores do TDAH, apresentaram algum
tipo de problema psicológico. Como exemplo desses transtornos, os principais
são alcoolismo, depressão, comportamento antissocial e outros. Em gêmeos também
se tem estudos mais convincentes da hereditariedade do TDAH, se um dos gêmeos
apresenta sintomas de TDAH, o risco de o outro ter transtorno é de 80-90%, o
TDAH é determinado mais pela genética, do que por fatores ambientais.
TRATAMENTO
O tratamento começa inicialmente com uma
avaliação psicológica ou psiquiátrica. Os componentes mais importantes de uma
avaliação é:
1.
Entrevista clínica com os pais da criança.
2.
Exame médico (se necessário)
3.
O resultada na escala de comportamento.
4.
Entrevista com os professores da criança.
5.
Preenchimento de escalas semelhantes de comportamento sobre a criança feita
pelo professor.
A
partir do diagnóstico de TDAH, o tratamento mais eficaz é a combinação de
tratamentos comportamentais, educacionais e medicamentosos.
Com respeito ao tratamento os medicamentos
adquirem uma maior eficácia, os estimulantes, alguns antidepressivos e
clonidina é muito indicado para o tratamento de TDAH, inibindo mais certos
tipos de comportamento, esses medicamentos são eficazes na probabilidade de 50%
à 95% dos casos em crianças de TDAH. Mais esse tratamento não deve ser
generalizado, pois o medicamento não deve ter eficácia igual em todas as
crianças, afinal cada caso é um caso.
Os medicamentos utilizados no tratamento de
TDAH não são sedativos nem visam dopar o portador. Os medicamentos utilizados
no tratamento de TDAH permitem que algumas funções mentais sejam normalizadas.
Como já vimos o uso de medicamentos pode
diminuir a ocorrência de problemas muito sérios que acompanham o TDAH, por
exemplo, o uso de drogas.
Alguns
medicamentos usados também para o tratamento de TDAH é: antidepressivos
tricíclicos como: Norpramim ou Pertrofane, Tofranil, Tryptanol/Elavil,
wellbutrin e ainda outros antidepressivos tricíclicos como: Pamelor ou Aventil,
Anafranil.
Esses
medicamentos apresentam outros efeitos colaterais: Diminuição da frequência
cardíaca, convulsões, efeitos físicos mínimos, efeitos colaterais raros,
interações de drogas.
Outro
medicamento que apresentou benefícios para crianças foi a clonidina, é usualmente
usada no tratamento de hipertensão em adultos.
CONCLUSÃO
Ao
término da elaboração deste projeto pudemos constatar o quanto foi envolvente
esta pesquisa. A escolha do tema deu-se em função de percebermos o quanto o
TDAH é comum em nossa sociedade e tampouco pais e educadores sabem lidar com
ela. Sabemos que o TDAH está dentre os transtornos psicológicos infantis mais
estudados, seus estudos estão longe de serem concluídos. No caso das crianças
aprenderem a controlar seus impulsos e a regular o seu próprio comportamento
surgem problemas que ainda estão indefinidos. Com esta pesquisa sobre o TDAH aquilatamos
que a criança com este transtorno deve ser considerada normal, assim como as
outras é bem comum encontrar pessoas que tem dificuldades de entender a TDAH, e
até mesmo aceitar e classificar isso como uma doença, mesmo por que as crianças
que apresentam esse transtorno não possuem nenhuma característica externa que
aponte a doença. Alguns autores defendem que isso pode ocorrer devido uma imperfeição
no cérebro que provoca uma movimentação constante e outros comportamentos que
são considerados intoleráveis em uma criança com TDAH.
No
que diz respeito ao convívio familiar da criança portadora de TDAH tem-se uma
relação geralmente conflituosa, mas com inúmeras possibilidades de sucessos, em
especiais se os pais ou os demais familiares se aterem ao fato de que crianças
com TDAH podem e devem ser exigidos dentro de suas limitações, no intuito de
alcançarem objetivos e corresponderem expectativas plausíveis. Levando em
consideração as muitas variantes nos contextos familiares o que pode valer para
todas as famílias é a supervalorização do afeto e compreensão da criança com
TDAH.
Constatamos
que o papel do professor é de suma importância para auxiliar no diagnóstico do
TDAH, visto que, este transtorno é evidenciado principalmente no período
escolar. Portanto, é imprescindível que o professor esteja bem preparado, tanto
emocionante quanto as informações da doença para saber distinguir uma criança
sem limites de uma hiperativa. Faz-se necessária então que haja a criação de
medidas voltadas em se fazer efetiva a educação inclusiva na nossa realidade, a
fim de despertar o verdadeiro interesse e motivação de todos os envolvidos no
processo educacional, tornando-se realidade todas as teorias e leis de inclusão
já existentes.
Portanto
os estudos são realizados frequentemente sobre causas e tratamento do TDAH,
visando uma orientação eficaz aos pais e portadores desse transtorno, a rotina
dos portadores e pais é um desafio diário, o tratamento e causas do TDAH são
definições que envolvem constantemente, os fatores biológicos são os mais
predominantes na causa de TDAH, e o tratamento medicamentoso ligados ao
conjunto de avaliações profissionais surtem o efeito esperado; atenuando a
ocorrência de comportamentos alterados, déficit de atenção, hiperatividade.
O
projeto é de fundamental importância para nossa formação acadêmica, uma vez que
o mesmo possibilitou-nos conhecermos essa realidade vivenciada dentro das escolas,
sendo confrontadas teoria e pratica, para uma formação mais aprimorada e
qualificada para atender as exigências da sociedade, a qual necessita este
atendimento qualificado.
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Data do acesso: 08/12/2011.
Trabalho apresentado à Universidade Estadual do Maranhão pelos acadêmicos: Dayane Maria Silva Marinho, Geane Ribeiro de Sousa Torres, Maria Cristina Fernandes, Maria Franciane Holanda, Mayara Mágna Matos dos Reis Freire.