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terça-feira, 28 de julho de 2015

Redação sobre a Maioridade Penal

A maioridade penal é a idade mínima estabelecida por lei para que um indivíduo possa ser penalizado pelos crimes que cometer, a fim de manter a ordem e proteger a todos assegurando seus direitos. Pode-se perceber uma divisão de opiniões quanto à aceitação da diminuição da idade penal que passaria a ser de 16 anos, e não mais 18. Enquanto alguns afirmam que com o novo ajuste seria possível retirar das ruas jovens infratores e puni-los pelos crimes que cometerem, outros refutam que o sistema carcerário operante no Brasil não oferece condições necessárias para abrigar um adolescente.
Se o cenário brasileiro é composto por jovens delinquentes atuantes no crime, deve-se levar em consideração a estrutura familiar, social e precária em que o mesmo está inserido, que não se mostra favorável para a criação de um cidadão de bem, uma vez que desde cedo convive com a criminalidade e a perspectiva é baixa.
Aprisionar, no entanto, adolescentes vítimas do crime ao invés de oferecê-los clínicas de tratamento e reeducação social pública parece não ser uma via, visto que em nenhum dos países que aplicaram a medida da diminuição da idade penal, foram marcados baixa nos índices de violência decorrentes da ação. Um fato relevante no Brasil a ser tratado é que apesar do número de delitos praticados por menores ser relativamente alto, não é tão significante se comparados ao número de crimes praticados pelo restante da parcela da população.
Diante do exposto, fica nítido a incapacidade da máquina política em lidar com a faixa juvenil da população, uma vez que nem em âmbito familiar ou social/escolar é oferecido condição para um desenvolvimento saudável. A saída que o sistema encontrou para resolver essa situação seria colocar em um mesmo ambiente, com seus próprios problemas de funcionamento como superlotação, jovens com habilidade racional ainda em formação e adultos com uma vida inteira no crime.
Uma saída viável para acabar com esse ciclo: de sofrer violência e praticar violência, seria investir em projetos socioeducativos para a formação infantil em ambientes não favoráveis e grandes índices de violência, atividades recreativas para a retirada dos jovens das ruas como: esporte tem se mostrado um forte operante em todos os locais em que fora aplicado.


Carla Andreia Silva Bezerra, Aluna do Ensino médio no Centro de Ensino Kolping.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Paralelo entre as obras "Amor de Perdição e Lucíola"

Amor de Perdição X Lucíola – Um olhar de amor ostensivo entre ambas as obras.

Percebe-se que no Romantismo, o tom que domina é a exaltação do amor, mas também é marcado pela subjetividade, valorização das emoções, idealismo, individualismo, busca da liberdade de criação, valorização do passado, entre outros inúmeros.
Em “Amor de perdição”, obra de Camilo Castelo Branco, retrata-se o amor proibido entre Simão e Teresa, por conta de razões familiares, havia uma discordância entre os pais dos personagens, como comprova o seguinte trecho “O magistrado e sua família eram odiosos ao pai de Teresa, por motivos de litígios, em que Domingos Botelho lhes deu sentenças contra.” (BRANCO, 2011, p. 40).
Esse amor nasceu de um olhar reciproco, começou ao se verem pela primeira vez “Simão e Teresa” na janela. Desde então já estavam presos, já havia uma barreira entre eles desde o primeiro olhar. Simão era um jovem descomprometido com a vida, era temperamental e engajado com princípios jacobinistas, já Teresa de Alburquerque é um exemplo de heroína típica do Romantismo, uma verdadeira “mulher anjo”, devotada e resoluta em seu amor.
O casal mantem então em silêncio, o amor, este amor puro e virtuoso, vivido através da janela, esse amor acaba redimindo os erros e transformando as personalidades dos personagens. “Este amor era singularmente discreto e cauteloso. Viram-se e falaram-se três meses, sem darem rebate à vizinhança, e nem sequer suspeitas às duas famílias.”
Logo que esse amor é descoberto pelos pais, começa um longo sofrimento, pois destinam-se uma separação entre ambos, a única forma vista pela família para afastá-los. Nota-se que o casal permanece firme diante desse sentimento proibido, predominando o egocentrismo na parte dos pais e também de Teresa.
O destino que ambos se prometiam era o mais honesto: ele ia formar-se para poder sustentá-la, se não tivesse outros recursos; ela esperava que seu velho pai falecesse para, senhora sua, lhe dar, com o seu coração, o seu grande patrimônio. (BRANCO, 2011 p. 40)
Observa-se que, Teresa no desejo de ser feliz como seu amado, deseja ate mesmo a morte do pai, para poder assim desfrutar dos bens que ela herdará com a morte do mesmo.
Em “Lucíola”, de José de Alencar, o amor proibido entre Lucia e Paulo se dá pela própria sociedade preconceituosa e pela própria consciência da protagonista, que acaba se afastando dessa realização plena do amor.
Lúcia se sente indigna de se unir a Paulo e até mesmo de dá à luz ao filho seu, em uma leitura desapercebida, alguém pode classificar como uma ruína de um sentimento verdadeiro, o que levaria ao engano.
O amor, nesta obra, é redentor da alma da protagonista: à medida que ela vai se afastando da prostituição, vai purificando também o seu corpo. Essa ideia de purificação representa a subjetividade extrema, pois ela mesma não aceita a plenitude da sua vida, se acha indigna de um amor verdadeiro.
Um símbolo de transformação em “Lucíola” é o desvelamento do seu verdadeiro nome representando a pureza versus pecado, devido ao conjunto corpo X alma, aceito pelos românticos. A protagonista possui dois nomes para confirmar tal separação, pois seu corpo é imundo, mas a sua alma é pura.
Temos então de um lado um amor correspondido, Lúcia e Paulo, de outro um amor proibido e desafortunado entre Simão e Teresa. Essa diferença é necessária, pois as características de cada obra se tornam pontos de conflitos entre uma e outra.
Fazendo um paralelo entre as duas obras, pode-se afirmar que há uma realidade social distinguidora caracterizando o cenário tanto de uma obra como da outra.
Em “Lucíola”, o romance é narrado em primeira pessoa, assim sendo o narrador autodiegético , por isso é importante notar o pensamento do narrador sobre os fatos narrados na obra; em “Amor de perdição” o relato é feito por um narrador autor, que se posiciona sutilmente com suscetibilidade e concisão para aproximar o leitor da grande realidade da narrativa.
Teresa e Simão se colocam contrário às decisões paternas resistindo ate a morte e os obstáculos sociais, já Lúcia e Paulo possuem a condenação da sociedade e dela própria que vive o amor em curto espaço de tempo e não desfruta do amor de Paulo, preferindo morrer a ter um “amor verdadeiro”, dando assim espaço para uma sociedade de “moral e bons costumes”, em um pensamento arraigado na própria protagonista. Uma sociedade do segundo Império Brasileiro jamais aceitaria o amor de uma prostituta com um “homem de bem”.
Nos dois romances o tema do amor e da morte se fazem presentes tendo um diferencial, os lugares de destaque do romantismo, que revela exatamente a temática numa força de imaginação e simplicidade. A morte representa para os personagens uma forma de escape e redenção.
Texto de Geane Ribeiro de Sousa Torres, graduanda em Letras/Português pela Universidade Estadual do Maranhão e atuante como Professora de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Fundamental II.



sexta-feira, 10 de julho de 2015

Texto sobre a Língua Latina

A imortalidade do Latim
Observa-se que o Latim é uma língua que surgiu na pequena região itálica de Lácio, uma cidade delimitada pelo mar, rios e montanhas que foi habitada primeiramente por lavradores tornando-se mais tarde a capital da Itália, vinda a construir o Império Romano. A história desse Império é dividida em três formas de governo: Realeza, República e Império.
Entende-se que toda língua sofre alterações conforme o meio social, e com a língua latina não foi diferente. A grande variedade do latim se deu devido o contato de várias famílias linguísticas que se misturaram, enriquecendo assim a língua latina. Compreende-se que essa variação foi devido as diversas classes sociais existentes da época. A classe elitizada de Roma separava-se da classe dos plebeus (composta pela população rural), estrangeiros e escravos libertos.
A classe aristocrática corresponde a classe conservadora cheia de costumes refinados, e essa classe apoderou-se do latim clássico, tornando-o inacessível à classe pobre, com isso originou-se o latim vulgar, ou seja, a variedade do latim reflete a posição de duas culturas, pois de um lado temos a classe conservadora, totalmente  fechada e inacessível, e de outro o núcleo da plebe, totalmente aberta para todas influências que sofreu.
Normalmente, faz-se uma distinção entre o Latim Vulgar e o Clássico. A expressão “Clássico” deve ser entendida como uma língua literária e escrita em situação formal; como eram feitos nas comunicações da época. Essa língua por ser de pose apenas pela elite, o povo não tinha acesso, então a partir disso surgiu o latim Vulgar e foi se diversificando, dando origem a várias línguas, inclusive o nosso português. Faz-se necessário termos bastante cuidado com a expressão vulgar, pois esse adjetivo é empregado como sentido de corriqueiro, referindo-se à língua falada em situações informais, pela população romana; também tem sido usado no sentido popular, derivado de “vulgo”, que quer dizer “povo”.
         Segundo Neto, não se pode considerar o latim como língua morta, já que ela está tão presente no nosso dia a dia, em várias áreas das nossas vidas como por exemplo: na medicina a palavra câncer  significa caranguejo, o que explica por que o nome da doença é o mesmo do signo e da constelação de Câncer. Essa denominação comum já ocorria entre os gregos, que também designavam o animal e o tumor com a mesma palavra — karkínos —, de onde proveio o nosso carcinoma. Segundo Galeno, o legendário médico romano, o nome câncer foi dado à doença porque as veias intumescidas que circundam a parte afetada têm a aparência das patas de um caranguejo; outros atribuem o nome a uma metáfora: o local do tumor é corroído dolorosamente como se um caranguejo o devorasse.
Enfim, existe em diversas áreas palavras vindas do latim, certamente leigos nem percebem a existência viva dessa língua imortal, (pois ela continua entre nós) mostrando a sua essência e universificando o sentido real dos vocábulos.
Portanto, pode-se considerar a afirmação de Mattoso que “existe somente um latim, o que ocorreu foram várias influências de vários povos distintos.” Analisa-se então que o latim se tornou imortal, apesar de não ser uma língua falada ela está presente dando ênfase a sua real origem.

Algumas palavras latinas mais usadas: Curriculum Vitae, Natura, apud, habeas corpus, status quo, duo.


Texto de Geane Ribeiro de Sousa Torres, graduada em Letras/Português pela Universidade Estadual do Maranhão, pós-graduanda em Língua Portuguesa pelo IESF e Professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II.