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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Resenha crítica do artigo Lendo no viés das palavras: concepções de avaliação na LDB, de Andrea Ramal.

RAMAL, Andrea Cecília. Lendo no viés das palavras: Concepções de Avaliação na LDB. Revista Educação CEAP – ano 6, n° 21, junho 1998. P. 33-47.

Andrea Cecília Ramal é educadora e escritora, possui um vasto currículo e experiência na área da educação, atua há vinte anos como professora, contribuiu para programas de formação de professores e gestores escolares em diversos países. Atuou como consultora do MEC, é Doutora em Educação pela PUC-Rio, atua como comentarista sobre educação na Rede Globo, É consultora da Editora LTC (Grupo GEN) para publicações na área de educação, além de ser fundadora de vários projetos relacionados ao assunto. Dentre suas obras, vale destacar: Hacia un proyecto educativo común (2004). Depende de você – como fazer de seu filho uma história de sucesso (2011), entre outros.

Defendo a democratização do ensino, a reforma da qualidade na educação básica brasileira, e a qualificação e valorização dos educadores, através de políticas públicas consistentes e continuadas. Entendo a escola articulada com a comunidade e a vida concreta. Defendo a formação integral do estudante, voltada para a autonomia intelectual e a cidadania ativa e comprometida. “Acredito numa sala de aula dialógica, inclusiva e plural, espaço de construção de novas identidades, capazes de se engajar na construção de uma sociedade justa, democrática, solidária e sustentável.” (grifos da autora).

A obra descreve que a avaliação é um processo assegurado tanto no ensino fundamental, médio e superior, esse processo visa detectar problemas no desenvolvimento e aprendizagem do discente e é necessário que haja uma solução para suprir as possíveis deficiências. Esse recurso é um aliado auxiliar para o professor e não um auxiliar classificatório, pois à medida que o processo de avaliação for executado, ele ajudará o docente a definir estratégias metodológicas para despertar no aluno o aprendizado necessário para o seu desenvolvimento intelectual e cognitivo.

Segundo Ramal, “a avaliação é retrospectiva, mas voltada para o futuro.” Ou seja, a avaliação deve ser sequencial, acompanhando todo o processo de ensino-aprendizagem do aluno. Mas afinal, o que é avaliação? O termo Avaliação provém do verbo avaliar, que significa: Determinar valor, o preço ou importância de alguma coisa. Esse termo, geralmente, está ligado ao momento em que se precisa definir uma nota bimestral ou semestral para o aluno, alguns desconhecem que o aluno deve ser constantemente avaliado, não somente por meio de uma prova. Em vista disso o processo de avaliação deve ser contínuo, pois devem permanecer os valores qualitativos ao invés dos quantitativos. Pois avaliar somente por uma ou duas provas se tornam recursos insuficientes para esse processo, que deve ser flexível. “Isso diz respeito à observação diária”, em sala de aula se consegue perceber qual o aluno está atento às explicações, aquele que participa, se interessa, como se comporta diante de certos assuntos, como interage com os demais, entre outras questões, tudo isso faz parte, ou pelo menos devem fazer, no processo de avaliação.

A obra convida o leitor a meditar nos critérios sobre o que diz respeito ao modo de avaliar, se faz necessário avaliar tanto o aluno como o professor, pois antes de tudo o professor deve se auto-avaliar e verificar o seu modo de ensinar, sua didática, sua metodologia, é sempre viável provocar uma mudança pra obter um novo resultado. É preciso inovar, e dentro desse conceito a autora sustenta um investimento no aperfeiçoamento profissional docente, pois a prática confronta a teoria dentro de suas percepções em sala. Esse artigo oferece subsídios necessários para o desenvolvimento profissional do educador, diante da sua postura e conduta no que diz respeito ao método utilizado para classificar o aluno. Apresenta um sólido e amplo conhecimento detalhando assim os conceitos de acordo com as leis da LDB, até mesmo quem desconhece os artigos e parágrafos da lei pode se situar mediante a leitura complementar que o artigo proporciona. É uma leitura contextualizada e apresenta discussões e esclarecimentos com base na lei, onde a autora apóia as suas conclusões, valorizando a objetividade do quesito avaliativo.

A obra tem por objetivo discutir alternativas e oferecer sugestões tanto ao discente quanto ao docente, a fim de que possam conhecer o método avaliativo e valer-se dos recursos necessários por esse que lhes é de direito. Esse artigo é de grande valor, tanto para acadêmicos da área de Letras, como pra quem pretende atuar na área da educação, pois sugere um olhar crítico e contribui para uma atitude necessária em relação ao conhecimento sobre o assunto abordado.

Geane Ribeiro de Sousa Torres, graduanda em Letras na Universidade Estadual do Maranhão, Professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II.


quarta-feira, 11 de junho de 2014

USO DA CRASE

Uso da crase:

Crase é uma palavra originada do grego e significa fusão, então crase é o fenômeno da fusão de uma preposição a e o artigo feminino a; lembrando que a crase não é um acento, damos o nome de crase referindo-se a essa fusão.

Por exemplo:

Vou à escola.
O verbo ir rege a preposição a, que se funde com o artigo exigido pelo substantivo feminino escola: Vou à (a+a) escola.

A ocorrência de crase é marcada com o acento grave (`). A troca de escola por um substantivo masculino equivalente comprova a existência de preposição e artigo: Vou ao (a+o) colégio.
Portanto, colégio é um substantivo masculino e não se usa crase antes de palavras masculinas.

No caso de ir a algum lugar e voltar de algum lugar, usa-se crase quando: "Vou à Bolívia. Volto da Bolívia". Não se usa crase quando: "Vou a São Paulo. Volto de São Paulo".
Temos uma regrinha básica para uso do acento grave antes de palavras que indicam lugar.
 Ou seja, se você vai a e volta da, crase .
Se você vai a e volta de, crase para quê?

Veja os casos de uso do acento grave.


Caso
Uso obrigatório
Uso proibitivo
Uso facultativo
Antes de palavras masculinas
Quando estiver implícito “à moda de”: móveis à Luís 15;
Quando subentendido termo feminino: vou à [praça]João Mendes
Viajar a convite, traje a rigor, passeio a pé, sal a gosto, TV a cabo, barco a remo, carro a álcool etc.

Antes de verbos

Disposto a colaborar.

Antes de pronomes

Antes da maior parte deles: Disse a ela que não virá; nunca se refere a você.
Pronomes possessivos: Enviou a carta à sua família. Enviou a carta a sua família.
Quando "a" vem antes de plural

A pesquisa não se refere a mulheres casadas.

Expressões formadas por palavras repetidas

Cara a cara; ponta a ponta frente a frente; gota a gota.

Depois de "para", "perante", "com", "contra" outras preposições

O jogo está marcado para as 16h; foi até a esquina; lutou contra as americanas.
 o uso da crase após a preposição até é facultativo, caso haja substantivo feminino à frente. 
Depois de "até"


"Fui até a secretaria" ou "Fui até à secretaria"
Antes de cidades, Estados, países
Foi à Itália (voltou da Itália).
Chegou à Paris dos poetas (voltou da Paris dos poetas).
Foi a Roma (voltou de Roma).
Foi a Paris (voltou de Paris).

Locuções adverbiais, conjuntivas ou prepositivas de base feminina
Às vezes, às pressas, à primeira vista, à medida que, à noite, à custa de, à procura de, à beira de, à tarde, à vontade, às cegas, às escuras, às claras, etc.

Locuções femininas de meio ou instrumento: À vela/a vela; à bala/a bala; à vista/a vista; à mão/a mão. (Prefira crase quando for preciso evitar ambiguidade: Receber à bala).
Aquele, aqueles, aquilo, aquela, aquelas
Referiu-se àquilo;
Foi àquele restaurante;
Dedicou-se àquela tarefa.


Com demonstrativo “a”
A capitania de Minas Gerais estava ligada à de São Paulo;
Falarei às que quiserem me ouvir.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/crase-regras-de-uso-e-emprego.htm