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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Texto sobre a Língua Latina

A imortalidade do Latim
Observa-se que o Latim é uma língua que surgiu na pequena região itálica de Lácio, uma cidade delimitada pelo mar, rios e montanhas que foi habitada primeiramente por lavradores tornando-se mais tarde a capital da Itália, vinda a construir o Império Romano. A história desse Império é dividida em três formas de governo: Realeza, República e Império.
Entende-se que toda língua sofre alterações conforme o meio social, e com a língua latina não foi diferente. A grande variedade do latim se deu devido o contato de várias famílias linguísticas que se misturaram, enriquecendo assim a língua latina. Compreende-se que essa variação foi devido as diversas classes sociais existentes da época. A classe elitizada de Roma separava-se da classe dos plebeus (composta pela população rural), estrangeiros e escravos libertos.
A classe aristocrática corresponde a classe conservadora cheia de costumes refinados, e essa classe apoderou-se do latim clássico, tornando-o inacessível à classe pobre, com isso originou-se o latim vulgar, ou seja, a variedade do latim reflete a posição de duas culturas, pois de um lado temos a classe conservadora, totalmente  fechada e inacessível, e de outro o núcleo da plebe, totalmente aberta para todas influências que sofreu.
Normalmente, faz-se uma distinção entre o Latim Vulgar e o Clássico. A expressão “Clássico” deve ser entendida como uma língua literária e escrita em situação formal; como eram feitos nas comunicações da época. Essa língua por ser de pose apenas pela elite, o povo não tinha acesso, então a partir disso surgiu o latim Vulgar e foi se diversificando, dando origem a várias línguas, inclusive o nosso português. Faz-se necessário termos bastante cuidado com a expressão vulgar, pois esse adjetivo é empregado como sentido de corriqueiro, referindo-se à língua falada em situações informais, pela população romana; também tem sido usado no sentido popular, derivado de “vulgo”, que quer dizer “povo”.
         Segundo Neto, não se pode considerar o latim como língua morta, já que ela está tão presente no nosso dia a dia, em várias áreas das nossas vidas como por exemplo: na medicina a palavra câncer  significa caranguejo, o que explica por que o nome da doença é o mesmo do signo e da constelação de Câncer. Essa denominação comum já ocorria entre os gregos, que também designavam o animal e o tumor com a mesma palavra — karkínos —, de onde proveio o nosso carcinoma. Segundo Galeno, o legendário médico romano, o nome câncer foi dado à doença porque as veias intumescidas que circundam a parte afetada têm a aparência das patas de um caranguejo; outros atribuem o nome a uma metáfora: o local do tumor é corroído dolorosamente como se um caranguejo o devorasse.
Enfim, existe em diversas áreas palavras vindas do latim, certamente leigos nem percebem a existência viva dessa língua imortal, (pois ela continua entre nós) mostrando a sua essência e universificando o sentido real dos vocábulos.
Portanto, pode-se considerar a afirmação de Mattoso que “existe somente um latim, o que ocorreu foram várias influências de vários povos distintos.” Analisa-se então que o latim se tornou imortal, apesar de não ser uma língua falada ela está presente dando ênfase a sua real origem.

Algumas palavras latinas mais usadas: Curriculum Vitae, Natura, apud, habeas corpus, status quo, duo.


Texto de Geane Ribeiro de Sousa Torres, graduada em Letras/Português pela Universidade Estadual do Maranhão, pós-graduanda em Língua Portuguesa pelo IESF e Professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II.

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